Música na comunidade em Portugal (1980-2021)
Prática versus disseminação
DOI:
https://doi.org/10.57885/0039.rpmns.10/1.2023Palavras-chave:
Música na comunidade, Prática de música na comunidade em Portugal, Projetos artísticos, Publicações em música na comunidade, Prática versus disseminaçãoResumo
Desde a década de oitenta, tem-se assistido, em Portugal, ao aumento de práticas de música na comunidade (MC). A criação de uma licenciatura em MC, em 2007, contribuiu para o aumento de massa crítica nesta área. No entanto, existe uma grande discrepância entre a aparente prevalência da prática e o volume de escrita académica/relatórios sobre a mesma. Neste artigo irá teorizar-se sobre a génese dessa discrepância, mapear quem escreveu sobre MC em Portugal e identificar o que poderá não estar a ser escrito. Foi realizada uma análise a 115 projetos (selecionados com base no seu âmbito, objetivos e divulgação) e a arquivos institucionais e revistas académicas portuguesas. Dos 884 artigos e editoriais publicados na Revista Portuguesa de Educação Musical, apenas quinze são sobre MC, dos quais doze foram publicados após 2008. Foram completadas, em Portugal, dezasseis teses de mestrado e quatro teses de doutoramento, sendo a mais antiga de 2011. Embora não seja possível determinar o número exato de projetos de MC em Portugal, este aparenta ser bastante superior do que o número das publicações nacionais. A razão para essa discrepância poderá dever-se aos variados percursos dos praticantes, muitos dos quais não têm um curso em MC e poucos têm ligações a instituições académicas. A falta de financiamento público poderá exacerbar esta diferença. É menos provável que projetos autofinanciados produzam relatórios extensos. Os resultados apresentados sugerem a razão pela qual muitos projetos de MC não apresentam uma reflexão escrita e publicada, aspeto fundamental para melhorar e fazer crescer esta prática artística comunitária.
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