Performing Power in Oratorio at the Court of D. Maria I (1777-1792)
Resumo
A corte de D. Maria I, em especial em meados da década de 1780, presta-se a um interessante estudo de caso sobre a presença das formas dramático-musicais sacras, como a oratória, entre os projectos de legitimização do poder real. Este artigo procura desenvolver uma primeira abordagem ao patronato da oratória na corte portuguesa, ao longo da segunda metade do século XVIII, como base para compreender as mudanças políticas que ocorreram no contexto das práticas musicais e performativas da corte após 1750. Comparando o período activo do reinado de D. Maria I (r. 1777-91) com o de seu pai e antecessor D. José I (1750-77), este artigo analisa diversas oratórias originais realizadas sob o patrocínio da rainha na década de 1780. Estas obras podem ser enquadradas numa estratégia de afirmação de género pelo poder monárquico, adquirindo as oratórias encomendadas por iniciativa real, neste período, uma dimensão simbólica de auto-afirmação de D. Maria I e sugerindo que a sua legitimização decorreu, em parte, da cuidadosa representação enquanto governante feminina piedosa e da ampliação do ritual musical da corte em torno do seu herdeiro, o Príncipe José, e da sua futura rainha, Maria Benedita.
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