Patrocínio e «performance practice» em Lisboa e proximidades na segunda metade do século XVIII e começo do século XIX

Autores

  • Joseph Scherpereel

Resumo

Um estudo sistemático dos «manifestos» anuais dos «directors», membros da Irmandade de Santa Cecília, fornece numerosas informações sobre os conjuntos musicais contratados para as festas, e o seu financiamento. Este patrocínio pode ser individual, principalmente entre a nobreza, mas também nas várias elites (altos administradores, magistrados, financeiros, negociantes, militares, diplomatas, eclesiásticos). Quando é colectivo, intervêem organizações governamentais, militares, sanitárias, religiosas, e numerosas irmandades. A elaboração estatística mostra uma utilização generalizada de pequenos conjuntos de músicos (cantores e instrumentistas), frequentemente com um músico por cada parte. Execuções puramente a cappella representam em média 10% do total, e as que têm baixo contínuo (de orgão quase sempre) o dobro. Nota-se a frequente execução de músia puramente instrumental em lugares de culto. O número de músicos empregue não é fixado unicamente consoante as idades financeiras, mas também consoante as dimensões dos locais festivos.

Biografia Autor

Joseph Scherpereel

JOSEPH SCHERPEREEL é Professor Emérito da Universidade de Bordéus, onde foi director do Departamento de Musicologia. Diplomou-se na Universidade de Paris-Sorbonne (Musicologia, Letras, Português) e no Conservatório Nacional Superior de Paris (Canto). Doutorou-se na University of Southern California, onde leccionou, assim como nas Universidades de Lills, Nice e Bordeús. Recebeu o Prémio de Investigação e Ensaísmo Musical do Conselho Português da Música pelo seu trabalho sobre a orquestra da Real Câmara. Publicou livros e artigos sobre João Domingos Bomtempo e a sua época e sobre a música nos estados pontificais de Avignon. A Schott-Organ acaba de publicar um CD com a música de um livro de orgão descoberto por ele.

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Publicado

2014-12-20

Como Citar

Scherpereel, J. (2014). Patrocínio e «performance practice» em Lisboa e proximidades na segunda metade do século XVIII e começo do século XIX. Revista Portuguesa De Musicologia, 9, 37–52. Obtido de https://rpm-ns.pt/index.php/rpm/article/view/134

Edição

Secção

Artigos (revisto por pares)