Os sons de África nos primeiros anos do Estado Novo: Entre exotismo e “vocação imperial”

Autores

  • Manuel Deniz Silva

Resumo

Procuramos neste artigo evidenciar a forma como nas décadas de trinta e quarenta foram tratados em Portugal os elementos musicais conotados com o que então se chamou de «música negra». Começamos por abordar a recepção do Jazz e da arte negra nos anos vinte, para nos interessarmos depois pelas modalidades de exposição dos objectos e das práticas artísticas africanas nos espaços das exposições coloniais e nos discursos da revista O Mundo Português, expressões do modelo imperial fabricado pelo Estado Novo. Seguimos enfim, numa perspectiva comparada, o percurso de dois autores que desenvolveram na sua música uma reelaboração do imaginário que a metrópole construíra em torno da música africana: Frederico de Freitas, que na sua Suite colonial reproduziu um universo sonoro que remete para uma estética primitivista, e Belo Marques, compositor que tentou através da utilização de materiais recolhidos em Moçambique, realizar uma síntese entre as tradições indígenas e a música ocidental.

Biografia Autor

Manuel Deniz Silva

MANUEL DENIZ SILVA licenciou-se em Ciências Musicais pela Universidade Nova de Lisboa e defendeu em 1999 uma tese de DEA na Universidade de Paris VIII, intitulada «Musique et Fascisme: la 'Mocidade Portuguesa' dans les années 30/40». Bolseiro entre 1999 e 2003 da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), e presentemente da Fundação Calouste Gulbenkian, prepara um doutoramento na mesma Universidade sobre a vida musical portuguesa nos primeiros anos do Estado Novo.

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Publicado

2014-12-20

Como Citar

Silva, M. D. (2014). Os sons de África nos primeiros anos do Estado Novo: Entre exotismo e “vocação imperial”. Revista Portuguesa De Musicologia, 13, 113–144. Obtido de https://rpm-ns.pt/index.php/rpm/article/view/125

Edição

Secção

Artigos (revisto por pares)