“Orfeonizar a Nação”, o canto coral como instrumento educativo e político nos primeiros anos da Mocidade Portuguesa (1936-1945)

Autores

  • Manuel Deniz Silva

Resumo

A Mocidade Portuguesa (MP), organização salazarista de enquadramento da juventude, reservou um lugar importante à música no âmbito das suas actividades de «formação integral». O ministro Carneiro Pacheco, invocando a coeva «lição alemã», apontou mesmo a «orfeonização» do país como um dos desígnios da MP. Procurámos neste artigo mostrar as filiações remotas deste projecto no movimento orfeónico português, de António Arroio a Tomás Borba, e assi­ nalar o papel fundamental de Hermínio do Nascimento na valorização do Canto Coral como instrumento pedagógico e político. Procedemos depois a uma análise musical da secção «marchas e hinos patrióticos» de um dos «Cancioneiro» da MP. Apresentamos enfim uma caracterização dos dispositivos de prática musical no seio da organização, com destaque para a funcionalidade emocional do canto em coro nos desfiles, paradas e outros rituais do poder no Estado Novo.

Biografia Autor

Manuel Deniz Silva

MANUEL DENIZ SILVA licenciou-se em Ciências Musicais pela Universidade Nova de Lisboa e defendeu em 1999 uma tese de DEA na Universidade de Paris VIII, intitulada «Musique et Fascisme: la ‘Mocidade Portuguesa’ dans les années 30/40». Bolseiro da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), prepara presentemente um doutoramento na mesma Universidade sobre a vida musical portuguesa nos primeiros anos do Estado Novo.

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Publicado

2014-12-20

Como Citar

Silva, M. D. (2014). “Orfeonizar a Nação”, o canto coral como instrumento educativo e político nos primeiros anos da Mocidade Portuguesa (1936-1945). Revista Portuguesa De Musicologia, 11, 139–174. Obtido de https://rpm-ns.pt/index.php/rpm/article/view/107

Edição

Secção

Artigos (revisto por pares)