L'Africaine’s savage pleasures: Operatic listening and the Portuguese historical imagination
Resumo
L'Africaine de Giacomo Meyerbeer foi estreada em Lisboa em 1869 e manteve-se como parte do repertório do S. Carlos até aos anos noventa. A obra teve um impacto duradouro e variado na vida cultural e intelectual da cidade. Nos anos setenta, suscitou uma reinterpretação crítica d'Os Lusíadas de Luís de Camões (1572), o maior símbolo literário do país. Na década de oitenta serviu como elemento construtivo para a invenção literária e a crítica imaginativa da decadência da burguesia levadas a cabo por Eça de Queirós no célebre romance Os Maias (1888). Finalmente, em 1896 L'Afriaine foi posta em cena para a celebração oficial das vitórias militares portuguesas em Moçambique e transformou-se num exemplo notório da propaganda colonialista fin de siècle. Durante trinta anos o público de Lisboa canalizou o prazer operático para o discurso cultural, fazendo a sua experiência estética reflectirse nas diferentes formas de se imaginarem a si próprios. O presente artigo investiga essa transferência do operático para o campo do literário, cultural e político.
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