L'Africaine’s savage pleasures: Operatic listening and the Portuguese historical imagination

Autores

  • Gabriela Gomes da Cruz

Resumo

L'Africaine de Giacomo Meyerbeer foi estreada em Lisboa em 1869 e manteve-se como parte do repertório do S. Carlos até aos anos noventa. A obra teve um impacto duradouro e variado na vida cultural e intelectual da cidade. Nos anos setenta, suscitou uma reinterpretação crítica d'Os Lusíadas de Luís de Camões (1572), o maior símbolo literário do país. Na década de oitenta serviu como elemento construtivo para a invenção literária e a crítica imaginativa da decadência da burguesia levadas a cabo por Eça de Queirós no célebre romance Os Maias (1888). Finalmente, em 1896 L'Afriaine foi posta em cena para a celebração oficial das vitórias militares portuguesas em Moçambique e transformou-se num exemplo notório da propaganda colonialista fin de siècle. Durante trinta anos o público de Lisboa canalizou o prazer operático para o discurso cultural, fazendo a sua experiência estética reflectir­se nas diferentes formas de se imaginarem a si próprios. O presente artigo investiga essa transferência do operático para o campo do literário, cultural e político.

Biografia Autor

Gabriela Gomes da Cruz

GABRIELA CRUZ licenciou-se em Ciências Musicais na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, obteve um Mestrado em Musicologia na Universidade do Texas em Austin (1992) e doutorou-se na Universidade de Princeton (1999). Lecciona musicologia na Universidade de Tufts (Boston), desde 1999. É autora de vários artigos sobre opera e prepara neste momento o livro O Intruso Musical: Giacomo Meyerbeer e a Grand Opéra francesa.

Downloads

Publicado

2014-12-20

Como Citar

Cruz, G. G. da. (2014). L’Africaine’s savage pleasures: Operatic listening and the Portuguese historical imagination. Revista Portuguesa De Musicologia, 10, 151–180. Obtido de https://rpm-ns.pt/index.php/rpm/article/view/100

Edição

Secção

Artigos (revisto por pares)