Como estudar os bombos? Um itinerário de pesquisa entre documentos históricos e o terreno etnográfico

Lucas Wink

Resumo


Este artigo centra-se nos bombos, um ecossistema da música que no contexto em estudo mobiliza dezenas de indivíduos com bombos, caixas, gaitas de fole e/ou concertinas. A investigação evidenciou o contraste entre a escassez de fontes históricas na etnografia portuguesa e a pujante participação dos bombos nas festas populares. O que dizem as fontes históricas sobre os bombos; em que medida essas fontes expressam uma tensão dentro da própria noção de música que enformou os levantamentos etnográficos oitocentistas e novecentistas; e como indagar sobre a vivacidade deste ecossistema são questões que irei explorar ancorado na literatura que propõe uma viragem do estudo da música ao estudo do som. O meu objetivo é trabalhar para um entendimento dos bombos na relação que estabelecem com os espaços performativos e os seus tocadores. Recorrendo a descrições da minha participação como músico no Grupo de Bombos São Sebastião de Darque, desenvolvo uma narrativa que escrutina os atos de performance, as tensões e distensões que alimentam uma rede de relações entre os intervenientes da Festa; que atenta ao constante diálogo entre repertório, aprendizagem e realização musical com o ambiente físico acústico circundante; que se dirige à afetividade do som experienciado pelos músicos.


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