Lisboa, terra dos sorrisos (1938-45): A ópera e a opereta sob a alçada totalitária

Gabriela Cruz

Resumo


Entre 1934 e 1946, a atividade operática em Lisboa é residual e, em consequência, o futuro da arte lírica decide-se fora do Teatro de São Carlos. Esta é a história que nos ocupa aqui, pois enuncia um momento de viragem na vida da instituição. A vida operática em Lisboa a partir dos anos quarenta cristaliza uma nova ideia da arte que passa por ser de fidelidade à tradição da ópera e da casa, mas que prima por uma constelação de valores e comportamentos que são novos ao teatro e sedimentam nele o interesse totalitário. Este ensaio reflete sobre a história do teatro cantado em Lisboa e considera a forma como a ópera e a opereta se articulam no sentido de coadjuvar o projeto totalitário durante o período do Estado Novo. Em paralelo, o ensaio investiga também as vertentes irregulares da vida quotidiana e artística da cidade e considera o valor político que a teatralidade, elemento fundamental do arsenal técnico do ator e do cantor, acrescenta à vivência do teatro cantado regida pela regra e hábito autoritário. A centralidade do ator-cantor na história do teatro cantado no século XX e a importância da improvisação como elemento de resistência política investigam-se aqui com recurso ao espólio do tenor Tomás Alcaide, depositado no Museu Nacional da Música em Lisboa.


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