Editing the Cantigas de Santa Maria: Notational Decisions

Manuel Pedro Ferreira

Resumo


Este artigo começa por apresentar as principais questões metodológicas com as quais o editor musical das Cantigas de Santa Maria inevitavelmente se confronta; passa então a discutir os problemas de transcrição rítmica e a propor uma abordagem inovadora da notação, baseada em indícios involuntariamente providenciados pelos copistas (hesitações, emendas) quando instados a fixar por escrito, dentro dos condicionalismos do século XIII, o que ouviam ou cantavam. Exemplifica-se o uso de padrões, regulares ou variados, de origem árabe ou parisiense, e casos de ambiguidade notacional que testam os limites do raciocínio filológico. Defende-se que a escolha de uma figura notacional pelo copista não dependia necessariamente da sua velocidade de execução, e que a tensão entre o facto musical e a convenção notacional podia implicar opções notacionais ao arrepio da intuição. Admitem-se, entre as soluções de transcrição requeridas pela notação das CSM, subdivisões ternárias num enquadramento métrico binário (ou vice-versa) e a equivalência temporal de metros diferentes, por exemplo 3/4 e 6/8 (terceiro modo compacto). As vantagens desta abordagem são demonstradas com base em Cantigas exemplares.

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