Mirrors of Melancholy: Lourenço on Music and Musical Understanding

Autores

  • Paulo C. Chagas

Resumo

Nos seus escritos sobre música, Eduardo Lourenço levanta uma série de questões sobre o significado da música e a compreensão musical. Ao considerar a música ‘como a mais incompreensível das expressões humanas e ao mesmo tempo a mais sublime de todas, como mística em estado puro’ (LOURENÇO 2012, 5.4), Lourenço propõe diferentes abordagens para compreender a música a partir de perspectivas filosóficas, estéticas e poéticas. A sua compreensão orienta-se por uma escuta musical fundamentada numa consciência histórico-temporal da música e da obra de arte. Lourenço define a melancolia como um sentimento primordial que afeta a nossa relação com o tempo e a memória, e que tem a capacidade de ativar a percepção do infinito e indizível. A música tem uma relação particular com o tempo que capta a experiência da atemporalidade e nos faz mergulhar no universo de melancolia, o qual se apresenta como uma multiplicidade de espelhos refletindo a ambiguidade do mundo interior e exterior. Neste artigo, examinamos o pensamento de Lourenço sobre a música, com o intuito de trazer à tona a abundância de significados refletidos pelos espelhos de melancolia, e confrontando as suas ideias com interpretações filosóficas (Wittgenstein) e semióticas. Na superfície dos espelhos emergem figuras e temas que iluminam a obra de vários compositores – Bach, Beethoven, Schumann, Schubert, Brahms, Wagner, Mahler, Schoenberg, Bartók, etc. – e nos fazem refletir sobre a complexidade das formas da música e da experiência musical. 

Biografia Autor

Paulo C. Chagas

University of California / Riverside

paulo.chagas@ucr.edu 

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Publicado

2016-10-27

Como Citar

Chagas, P. C. (2016). Mirrors of Melancholy: Lourenço on Music and Musical Understanding. Revista Portuguesa De Musicologia, 3(1), 5–34. Obtido de https://rpm-ns.pt/index.php/rpm/article/view/286

Edição

Secção

Dossier Temático (revisto por pares)