Composição e racionalidade

Paulo Ferreira de Castro

Resumo


A chamada «música contemporânea» (seja lá o que for que isso queira ainda dizer) é frequentemente acusada de ser excessivamente «racional». Mas o que significa o adjectivo «racional» quando aplicado à música? Este artigo pretende constituir uma introdução a essa problemática. No entanto, mais do que determinar a preeminência relativa dos dois termos da dicotomia racional/irracional quando aplicada à compo­ sição, procurarei reflectir sobre a construção de uma determinada ideia de racionalidade, que continua a ocupar uma posição dominante no pensamento musical do Ocidente. Essa ideia de racionalidade musical, de longínquas raízes teológicas, persiste em várias vertentes do discurso legitimador da composição e é fortemente condicionante da teoria e prática pedagogico-musical. Uma vez arruinadas as dicotomias demasiado simplistas que conduziram aos impasses do presente, estará a racionalidade musical a precisar de uma redefinição? Ou antes de uma corajosa exposição ao outro de si própria?


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