Do «Cancioneiro Minhoto» ao Grupo Folclórico Dr. Gonçalo Sampaio: Discursos e percursos até 1950

Pedro Moreira

Resumo


O presente artigo tem como enfoque a relação entre o etnógrafo Gonçalo Sampaio, as suas recolhas de música de matriz rural na região do Baixo Minho (distrito de Braga) e o Grupo Folclórico Dr. Gonçalo Sampaio, até 1950. Tratando-se de um dos grupos folclóricos mais antigos do país, ainda em atividade, interessa perceber como surgiu e qual a relação com diferentes momentos do movimento folclórico em Portugal. Em particular, pretende-se problematizar o processo de folclorização através de diferentes momentos da história do grupo, na relação com as dimensões sociais, culturais e políticas dos anos trinta e quarenta em Portugal. A fundação do grupo, em 1936, sob a égide de Gonçalo Sampaio, com o apoio de Joaquim Cândido da Mota Leite, garantiu a chancela de «autenticidade» que constitui um pilar da identidade do grupo. A sua integração, nos anos quarenta, no âmbito da Delegação Regional da FNAT de Braga, marcou outro momento relevante na institucionalização do folclore no âmbito corporativo. Na linha do antropólogo Jorge Freitas Branco, procuramos uma leitura fluida de um processo caracterizado por diferentes momentos e forças que coexistiram, por vezes em contradição, e na qual foram convocadas diferentes instituições estatais, momentos históricos e políticos, e perfis individuais de intervenientes relevantes.


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