A ópera na vida cultural lisbonense do Romantismo

Autores

  • José-Augusto França

Resumo

A Ópera de S. Carlos foi reaberta ao fim da guerra civil em Janeiro de 1834, como sinal da instalação de novos tempos liberais, de novos gostos, de novos costumes e de modas novas. Em breve os cenários de Cinatti e de Rambois animaram as representações que o riquíssimo Conde de Farrobo assumiu como empresário-mecenas. Um teatro de prosa, desejado por Garrett, inaugurou-se no Rossio em 1846, o D. Maria II, no mesmo estilo neoclássico de S. Carlos, meio século atrás - e entre os dois teatros e o Passeio Público, posto em moda pela presença do rei-consorte Fernando de Saxe-Coburgo, e a permanente vivência do Chiado, «capital de Lisboa» e dos seus cafés e restaurantes à beira da Ópera, a vida da cidade romântica definiu-se nos ócios burgueses. Neles S. Carlos, com suas intrigas de «divas» e contratos, de dilettantti e de jornais afectos, polarizou o seu papel que a literatura de Júlio César Machado e de A.P. Lopes de Mendonça até Eça de Queiroz ilustrou.

Biografia Autor

José-Augusto França

JOSÉ-AUGUSTO FRANÇA doutorou-se em História pela Universidade de Paris-­Sorbonne com uma dissertação sobre Une ville des Lumieres: la Lisbonne de Pombal (1962) e em Letras com uma dissertação sobre Le Romantisme au Portugal (1969). Foi um dos organizadores do Grupo Surrealista de Lisboa, director das revistas Unicórnio e Colóquio-Artes e do Centro Cultural Português de Paris da Fundação Calouste Gulbenkian, e é professor catedrático jubilado de História de Arte da Universidade Nova de Lisboa. Da sua vasta e notável produção como crítico e historiador de arte destacam-se, entre outras obras, A arte em Portugal no século XIX (1967), A arte em Portugal no século XX (1974), História da arte ocidental: 1780-1980 (1987), Os anos vinte em Portugal (1992). É membro honorário do Comité International d'Histoire de l'Art e das Academias das Ciências de Lisboa e Nacional de Belas Artes, de que foi presidente. É presidente de honra da Association Internationale des Critiques d'Art.

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Publicado

2014-12-20

Como Citar

França, J.-A. (2014). A ópera na vida cultural lisbonense do Romantismo. Revista Portuguesa De Musicologia, 199–202. Obtido de https://rpm-ns.pt/index.php/rpm/article/view/161

Edição

Secção

Artigos (revisto por pares)